Os Presidentes e a República

2948 palavras 12 páginas
A MULHER E A MORTE NO ROMANCE DO SÉCULO XIX

João Carlos de Carvalho
Prof. Dr. Teoria Literária UFAC - AC

O desenvolvimento do romance pós-Balzac significou, para o Ocidente, um enfrentamento de questões cruciais para a compreensão da evolução dos valores burgueses na época, por isso associar esse autor, junto a Stendhal, como aquele a investir decisivamente numa forma nova de realismo na ficção. Mais adiante, esse realismo se articularia a um apego à palavra até então sem igual, o que, no dizer de Barthes, iniciaria a problemática da literatura, inaugurando a modernidade propriamente dita. Viveríamos, concomitante a isso, num mundo em que as fronteiras entre as classes, dissolvidas na voragem do possível, ganharam uma dramaticidade como matéria fabulesca sem igual até então, já que enquanto a burguesia se tornava o ideal de classe dentro de um certo imaginário, ao mesmo tempo, irradiava também uma repugnância por parte de muitos escritores que, portanto, na figura emblemática de Flaubert, resumiria um certo afã de retorno ao charme aristocrático por meio da palavra trabalhada. A literatura francesa, nesse período, sendo assim, promove um verdadeiro redimensionamento do romance enquanto provocador de uma importante etapa de compreensão do homem ocidental dentro de um torvelinho de valores que se colidia decisivamente em suas contradições1. Sendo assim, no século XIX, as narrativas construiriam um compromisso de delimitar os campos e os espaços discursivos por meio de um combate de inscrição, campo este que obrigava um certo tipo de literatura a ter o compromisso de diálogo com as imensas variáveis sociais de então. Neste sentido, qualquer classe que se pretendesse hegemônica se via logo confrontada no cerne dos seus valores e o romance se tornava impressionantemente o instrumento a desorientar o que fosse estabelecido, não sem mexer com as suas próprias feridas internas.
A força do romance no século XIX (que poderíamos chamar de o século do romance)

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