Os mitos da justiça na Grécia e Roma Antigas
Na civilização grega, os mitos exerciam um papel fundamental no desenvolvimento dos povos. Para compreender o Direito na Grécia é preciso, acima de tudo, conhecer sua mitologia e cultura, pois a partir delas concretizou-se o saber jurídico e as primeiras ideias sobre justiça.
No início, as primeiras concepções a respeito de ordem social e justiça, surgiram nas imagens das chamadas Erínias, responsáveis por zelar pela punição dos crimes que perturbavam a sociedade. Eram compostas por três figuras: Aleto (a implacável), Tisífone (tinha o papel de impor os castigos) e Megera (atribuída ao ciúme e rancor). A princípio, preocupavam-se apenas em serem guardiãs das leis naturais e manter a ordem, posteriormente, se tornarão as administradoras da justiça e vingadoras dos crimes.
Na segunda geração de deuses, encontramos Nêmesis, conhecida por punir e castigar todo aquele que cometesse crimes contra os deuses, assim como sustentar o equilíbrio social, contendo excessos.
Em seguida, uma das imagens mais importantes, Themis. Era a deusa da justiça divina, encarregada de prezar pelas normas emanadas dos deuses, ao exaltar os direitos e deveres de cada um. Além disso, é conhecida por ser a protetora dos oprimidos, era também a segunda das esposas divinas de Zeus e sentava ao seu lado para lhe dar conselhos. Sobretudo, exaltava o cumprimento das normas a fim de evitar o castigo divino.
Outro grupo essencial no estudo dos mitos são as chamadas Horas, também conhecidas por representarem as estações do ano, composto pelo trio: Eunomia, Eirene (ou Irene) e Diké. Filhas de Zeus (deus dos trovões, rei dos deuses e dos homens) e Themis, as Horas também eram formadas por mais nove “Horas”: Talo, Carpo, Auxo, Acme, Anatole, Disis, Dicéia, Eupória e Gimnásia. Eunomia era a deusa da disciplina e capaz de zelar pela “Boa Ordem”, ou seja, conservar o equilíbrio cotidiano. Já Eirene simbolizava a paz e a harmonia que deveriam estar presentes