os indigenas

A TEMÁTICA INDÍGENA NOS LIVROS DIDÁTICOS
A história indígena é certamente de fundamental importância. No entanto, tratar dessa temática nos livros didáticos, e a sua aplicação em sala de aula, ainda esbarra em alguns problemas. Um deles – se não o principal – é o espaço dedicado à história indígena no interior dos livros didáticos e que, conseqüentemente, reflete a sua exposição em sala.
Apesar disso, essa é uma questão que merece certos cuidados. Uma vez que muito do que se veicula sobre as populações indígenas são fruto de um processo histórico, onde os índios aparecem muitas das vezes como vitimas deste processo e por isso personagens passivos. Este seria um perfil construído ao longo da história do Brasil, começando desde os tempos coloniais, em que o controle da mão-de-obra indígena era fruto de constantes disputas entre colonos portugueses e jesuítas – o que acabaria contribuindo para a expulsão destes últimos do Estado do Maranhão e Grão-Pará em 1661. Aos indígenas quase sempre são relegado um lugar à margem da história, por vezes lembrados simplesmente como povos ignorantes que sofreram e foram explorados debaixo das mãos do europeu colonizador, como povos passíveis diante do processo em desenvolvimento e nunca, ou quase nunca, como agentes ativos na construção dessa história (COELHO, 2009: pp. 263). No mesmo sentido, como nos fala Maria Angélica Motta Maués, haveria uma tradição que se convencionou formar nas cabeças das pessoas produzindo uma imagem dos índios como irracionais e sem habilidades para lhe dar com a natureza. No entanto, é importante perceber que essa imagem veiculada em muito é fruto de um “pensamento cientifico que orientou a formulação de um conjunto de idéias sobre tais grupos, que as pessoas acabam aprendendo e continuam a reproduzir, como se representassem a ordem natural das coisas” (MAUÉS, 1989). Este seria um modelo que sempre colocaria o branco europeu como civilizador, um modelo que cada vez mais se tornava compartilhado pela