Os estudantes do pcb na universidade da bahia vistos pelas lentes da repressão no pòs-1964

3148 palavras 13 páginas
OS ESTUDANTES DO PCB NA UNIVERSIDADE DA BAHIA VISTOS PELAS LENTES DA REPRESSÃO NO PÒS-1964

Murilo Fernandes1
RESUMO
Este trabalho apresenta fragmentos da análise dos militares a respeito do setor estudantil que fazia parte do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e que atuava na Universidade da Bahia (UBa) antes e durante o golpe de 1964.2 Nossa intenção é identificar e posteriormente compreender, como o estudantado era visto pelos militares e quais as estratégias de resistência os indiciados adotaram. Como fonte primária foi utilizado o processo BNM 393, que contém cerca de 2.500 páginas do Inquérito policial militar (IPM) aberto para investigar a “subversão” no meio estudantil baiano. Essa documentação encontra-se no arquivo Edgard Leuenroth na Unicamp.
Os IPMs, segundo Brito (2006, p. 11), foram institucionalizados em abril de 1964 pelo governo Castelo Branco para a repressão política e enquadraram sindicalistas, camponeses, intelectuais, membros de partidos, organizações de esquerda e estudantes.
Dentre os documentos que constam no processo, um em especial foi escolhido como base de auxílio ou fonte principal de diálogo para pesquisa: trata-se de uma investigação realizada pelos militares nos primeiros meses após o golpe de 1964, onde constam várias informações relacionadas às organizações que participaram do “movimento subversivo na Bahia”, ou foram os “mentores da subversão”3, segundo os militares. Essa documentação (doc. 5219-5234), produzida pela 6º região militar e composta por 16 folhas, é uma analise superficial feita pelos militares para apurar as atividades dos movimentos de esquerda na Bahia. Além dessa documentação, faremos referências a outros documentos para ilustrar as questões centrais da pesquisa.
De acordo com Weschler, graças à audácia de um grupo de advogados em Brasília que trabalhavam pelos presos políticos com a ajuda do Conselho Mundial de Igrejas4, que aproveitaram brechas jurídicas no contexto da anistia de 1979, temos acesso aos

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