Os arquétipos e as obras de arte

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Os arquétipos e as obras de arte

As artes e a religião, apesar de, desde sempre, manterem íntimo contato entre si, são diferentes manifestações do espírito humano, e devem ser consideradas separadamente. As obras de arte mais antigas que se tem conhecimento, sejam as pinturas rupestres, sejam as estatuetas e os adornos do paleolítico, eram utilizadas em rituais sagrados ou como objetos mágicos, relacionadas às praticas religiosas. As artes têm em comum com as religiões o fato de ambas serem expressões do inconsciente profundo, que escapam aos limites da consciência. Através da obra de arte podemos entrar em contato com estratos do inconsciente coletivo e captar a energia contida nos arquétipos. Por isso, têm uma função transcendente, abrindo-nos para vivências que ultrapassam os limites do nosso ego.
Não podemos explicar as obras de arte, assim como não podemos explicar o que é um arquétipo.
Elas contêm, como eles, uma parte manifesta conhecida e outra oculta, que mergulha nas profundezas do inconsciente coletivo. Para que uma obra seja considerada como arte, é necessário que seu valor seja reconhecido por um grande número de pessoas com sensibilidade artística, isto é, que contenha algo de universal. Podemos dizer que existe um certo consenso, entre aqueles de sensibilidade apurada, em considerar algo como artístico, seja um objeto produzido, há séculos, aqui no Brasil, na Itália ou na Índia.
As obras de arte têm ainda como característica que as diferencia de outros produtos do inconsciente coletivo o fato de provocarem um deleite estético incomum. Quanto mais incomum ou rara ela é, quanto maior sua capacidade de sobreviver como algo de valor reconhecido pela coletividade, tanto mais será considerada uma obra de arte.
Na criação artística podemos observar que a obra não é um produto do ego do artista, mas ele funciona como mediador entre o seu inconsciente e o resultado final. Na sua elaboração intervém o domínio de uma técnica, que,

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