Os africanos no brasil
Em seu texto Nina Rodrigues vai analisar o Brasil na época da abolição da escravatura, quando o povo brasileiro procurava pela libertação dos escravos ao mesmo tempo em que construía sua identidade nacional. Nesse contexto a ciência e a medicina se baseavam na idéia de determinismo biológico, portanto, o negro era visto como um problema para o desenvolvimento da nação. E era exatamente esse, o maior problema para Nina Rodrigues, a miscigenação.
No início de seu texto, o autor demonstra certa sensibilidade com os problemas sanitários no Rio de Janeiro. Ele se formou em medicina na Bahia, portanto acreditava no determinismo biológico e tinha uma preocupação com o paciente e não com a doença, como acontecia no Rio de Janeiro. Essa cidade se encontrava suja e pestilenta e sua medicina se preocupava com a doença, em erradicá-la. No meio de todo esse problema com a higiene social, o povo brasileiro começava a questionar a importância dos portugueses na sua formação, queriam quebrar esse laço entre Brasil e Portugal, além de exaltar o índio que era considerado o elemento nacional por excelência, enquanto isso os negros eram considerados simples máquinas de trabalho. Quando houve a extinção da escravidão no Brasil, os negros tornaram-se parte da população brasileira, que o defendia com sentimentos humanitários devido a todo o sofrimento por eles passado. A partir dessa parte do texto, Nina Rodrigues apresenta certo menosprezo pelos negros. A inferioridade para a ciência naquela época nada mais era do que um fenômeno de ordem perfeitamente natural. O grande medo apresentado no texto era de que o negro se diluísse na população branca, por que isso a afetaria muito. A nacionalidade da população estava em plena formação, logo, este caldeamento ético iria influenciar. Já que o negro é uma raça inferior, acabaria com a raça branca que baseada na ciência biológica, e a ciência era tida como base da verdade,