Orcamento fgv

Michael Jensen, professor emérito de Harvard, em seu artigo publicado na revista exame chamou a atenção para a problemática do sistema de bônus da alta gerência que pode estimular um sistema de trapaças no meio empresarial para o benefício próprio do funcionário em detrimento da saúde comercial, administrativa e financeira do negócio no longo prazo. Começa que os gerentes vão procurar estabelecer metas fáceis de serem atingidas para maximizar seus ganhos em bônus. Se perceber que as metas serão atingidas antes do prazo, vai querer adiar receitas para o futuro, prejudicando o desempenho da empresa, ainda mais sabendo que o ano corrente será utilizado como base para projetar os números do ano seguintes. Se, por outro lado, estiver apresentando um fraco desempenho em vendas, pode querer adiantar as receitas do futuro de maneira forçada, adiando igualmente despesas necessárias no presente. Todo este sistema cria um efeito manipulativo que levou o autor do artigo a classificá-lo como manipulativo.
Alguns exemplos citados são bastante eloquentes na explicação do conceito. Lemos sobre o caso de gerentes que anunciaram um aumento muito forte no preço de um eletrodoméstico para o ano seguinte para provocar uma antecipação da compra do consumidor, provocando um efeito colateral de dar espaço aos concorrentes. Também chamou a atenção do caso da empresa de bebidas que colocou uma meta baixa de vendas que não era condizente com a venda em um período de pico sazonal, levando a falta do produto, uma vez que a programação da produção foi feita com base em uma meta manipulada.
O autor propõe um sistema de metas linear com uma classificação mais simples como acima da meta ou abaixo da meta. O objetivo é recompensar as pessoas pelo trabalho que, de fato, fazem e não sobre o que dizem que vão fazer. Ao final se espera um impacto para minimizar o sistema de trapaças.
Para que o processo seja efetivado, será necessário firmeza de propósito do presidente da organização para mudar