opressão da escravidão
A mulher negra, particularmente, no período colonial tinha a função de servir a seus “donos”, em todos os aspectos, seja com trabalhos domésticos ou como objeto sexual. Assim, a construção histórica da identidade da mulher negra e a violência sexual perpetrada no período colonial refletem o modo como as relações de gênero e raça configuram-se atualmente. As relações sociais em nossa sociedade, ainda retratam o período escravista.
As mulheres negras ainda exercem trabalhos servis (empregada doméstica, babá, cozinheira, etc.), fazem parte da parcela da sociedade (pobre, periférica e oprimida) que tem menos acesso (ou não tem) à educação e à cultura; sofrem muito mais com o padrão de beleza normatizado e imposto (modelo da mulher branca), pois o estereótipo de beleza vigente determina desde o modo como a mulher negra se enxerga, enquanto pertencente a uma descendência com características físicas peculiares – e, portanto, que mudanças visuais e estéticas se impõem para enquadrar-se e ser aceita socialmente –, até a aquisição de uma vaga o mercado de trabalho (quantos não são os anúncios de emprego que exigem “boa aparência”?).
Desse modo, a luta das mulheres negras tem questões que o feminismo clássico (tomando como referência o feminismo europeu), ao trabalhar a opressão feminina, ainda não conseguiu se apropriar e engendrar forças para sua superação. Isso acontece porque a luta das mulheres negras está para além da luta contra a opressão masculina; as mulheres negras ainda precisam lutar contra o preconceito racial e, por que não dizer também, contra a pobreza e a exploração que as