Opinião de advogado
Hoje acordei triste, com uma tristeza profunda. Fui trabalhar, dei aulas e tentei disfarçar, mas termino o dia ainda mais triste. Agora, lendo esse texto genial, do grande Prof. Germano Schwartz encontro algum sentido nessa tristeza. As palavras dizem coisa, diria Lacan. Para quem compreende o que significou o nazismo, nao há como nao se chocar. Nada acrescentar. Apenas ler e refletir.
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ESTAVA PENSANDO NO PROMOTOR DE JUSTIÇA QUE DISSE SER UM ORGULHO SER COMPARADO A UM NAZISTA. Daí escrevi o texto abaixo e mandei-o para a Zero Hora. Como não sei se haverá publicação, posto-o aqui.
A FORÇA DAS PALAVRAS
Antes de tudo. Sou Germano até no nome. Friso para que se saiba o lugar da minha fala. Mais: sou Doederlein e Schwartz. Minha descendência alemã é evidente, muito embora eu me considere absolutamente brasileiro. Nasci aqui. Criei-me e vivo em solo brasileiro. De fato, muito pouco tenho de costumes alemães, exceto, talvez, o pendor pelo rigorismo acadêmico (do qual me orgulho).
De qualquer sorte, como lembra Heidegger, a linguagem é a casa do ser. De alguma forma somos o que dizemos, e, também, tornamo-nos aquilo que escrevemos, falamos, proferimos e lemos. A linguagem (de)limita nosso horizonte de sentido. Não há como sair da cápsula em que nos encontramos (ou da floresta) sem que ampliemos nossas possibilidades de compreensão.
Dito de um outro modo. Há algum tempo eu assisti a um filme denominado “A Força das Palavras“. Recomendo-o. Nele o personagem central toma para si um texto de outrem, baseado em uma experiência pessoal terrível vivida pelo autor fático da obra. Quando, arrependido, o plagiador contata o escritor para lhe devolver a autoria das linhas, recebe a seguinte resposta: “Carregue consigo essas palavras. São muitas as dores nela contidas. Que elas, as dores com as quais foram escritas, lhe acompanhem, pois você é, agora, o dono