Ondas sísmicas

Para que possamos perceber o modelo da estrutura interna da terra, temos que conhecer alguns princípios básicos da sismologia. Os sismos têm origem nas falhas das placas tectónicas, uma vez que estas libertam grandes quantidades de energia e são movimentos vibratórios da superfície terrestre que se propagam em todas as direcções, que são as ondas sísmicas. Se esta libertação de energia ocorrer no interior da Terra, designa-se de hipocentro e alinhado verticalmente com este, encontra-se o epicentro.

A energia libertada no hipocentro propaga-se, a partir deste ponto, sob a forma de ondas sísmicas que são detectadas pelos sismógrafos, que as registam em sismogramas. A energia sísmica propaga-se ao longo de raios sísmicos – designação dada às direcções de propagação da onda sísmica perpendiculares à frente de onda. A composição da Terra é heterogénea, então o raio sísmico das ondas é, geralmente, curvilíneo. Em meio de composição homogénea, a energia sísmica propaga-se sob a forma de esfera.

A – propagação de energia num meio homogéneo B – propagação de energia num meio heterogéneo

Se as ondas sísmicas se propagarem apenas no interior da geosfera em qualquer direcção, são designadas de internas. Caso estas se propaguem apenas na superfície da geosfera, são designadas de superficiais. As ondas sísmicas definem-se em quatro tipos: primárias, secundárias, de Love e de Rayleigh. Dentro das ondas internas encontram-se as ondas primárias ou P e as ondas secundárias ou S. Ondas primárias ou P, são as ondas com maior velocidade de propagação (vp=6,5 km/s,) e por isso são as primeiras a atingir a superfície terrestre. Contudo, esta velocidade diminui progressivamente na passagem de meios sólidos para líquidos, e destes para meios gasosos. São as ondas com maior velocidade de propagação que comprimem e distendem a matéria, isto é, as partículas dos materiais rochosos oscilam da frente para trás, ou seja