Obsessao Do Sangue

A REPUGNÂNCIA COMO FONTE DE PRAZER EM “A OBSESSÃO DO SANGUE”
Margareth Laska de OLIVEIRA (G - FAFIPAR)
Moacir DALLA PALMA (orientador)
A análise de “a obsessão do sangue”, de Augusto dos Anjos, publicado em Eu e outras poesias (1934), visa esclarecer como se dá a contraposição de sentimentos que o eu-lírico demonstra. A dor apresenta-se, primeiramente, como um imenso sofrimento que leva ao desespero, mas logo se torna uma fonte de prazer baseada na repugnância. Nesse sentido, pretende-se descrever as relações dos sentimentos apresentados no poema, enfocando os recursos de linguagem utilizados pelo autor, para demonstrar o encadeamento sensorial na realização do sofrimento. Busca-se, também, compreender como se dá a relação da dor humana com a proximidade da morte, levando em consideração a retratação da dor carnal e a representatividade do sangue. Além disso, buscar-se-á verificar o realismo utilizado pelo autor na descrição do sofrimento humano até a realização do prazer.
PALAVRAS-CHAVE: Literatura Brasileira; Augusto dos Anjos; poesia; recursos de linguagem.

A REPUGNÂNCIA COMO FONTE DE PRAZER EM “A OBSESSÃO DO
SANGUE”
Margareth Laska de OLIVEIRA (G - FAFIPAR)
Moacir DALLA PALMA (orientador)
Augusto dos Anjos é considerado a maior presença poética desde o Simbolismo, apesar de ter escrito apenas uma obra, Eu, publicada no ano de 1934. Representou o materialismo de uma forma extrema que vai do chocante da linguagem ao pessimismo dos significados. Alfredo Bosi afirma que para a leitura de Augusto dos Anjos devem-se ter critérios estéticos abertos para reconhecer “além do ‘mau gosto’ do vocábulo rebuscado e científico, a dimensão cósmica e a angústia moral da sua poesia.” (BOSI,
1994, p. 288).
Neste trabalho, objetiva-se analisar o poema “A obsessão do sangue”, buscando demonstrar como se dá o prazer em suas relações com a repugnância. Dentro do materialismo das descrições do eu-lírico, buscar-se-á compreender a importância dos símbolos presentes na poesia,