Normas

POR QUE “NORMA”? POR QUE “CULTA”?¹ Marina Magnus Cechinel² Professora: Sandra Porsche³

O Livro de Marcos Bagno cujo título é “A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira” mostra de maneira objetiva o que há de relação entre língua e as questões de poder no Brasil segundo ele o preconceito linguístico existente na sociedade do nosso país perpassa pelo preconceito social, onde quem é atingido em cheio é a imensa maioria que usa um modo de falar e escrever não adequados às normas, e essas pessoas são normalmente semi-alfabetizadas ou de baixa-renda, conforme a idéia dele é preciso que seja abandonada a estabilidade e de homogeneidade, típicas do modo tradicional e excludente de encarar as relações dos seres humanos entre si por meio da linguagem. A história das línguas e das sociedades, na visão de Bagno, mostra que para acontecer alguma mudança nos conceitos de língua "certa" e língua "errada" é preciso que haja, ao mesmo tempo, uma grande e radical transformação das relações sociais, o que ainda não ocorreu no Brasil No capítulo um, denominado: Por que “norma”? Por que “culta”? O autor faz um questionamento inicial sobre que tipo de norma culta é usada por aqueles que quem lida com a língua portuguesa, de maneira direta ou não, o que é considerado normal, habitual e o que é normativo ou regra imposta. Normalmente o sentido da língua mais usado e difundido é o que “tem mais ampla circulação na sociedade”, é o “senso comum”. Conforme o autor isso é preconceito, pois dizer que a língua é única e estática é uma inverdade, na concepção do autor não há somente uma maneira correta de falar e de escrever, e que considerar como modelo correto somente a linguagem o das literaturas não é mais possível, pois há muitas outras formas. Tendo em vista alguns impasses para o uso de norma culta, ele faz uma reformulação na classificação dessa diferenças: Norma-padrão: para designar o modelo ideal de língua; algo que está fora e acima da atividade linguística dos