Norberto Bobbio – Política e moral

Segundo definição clássica, apresentada por Aristóteles, política é toda reflexão descritiva ou prescritiva sobre os assuntos da cidade (pólis), como questões que envolvem o cidadão e o civil, o público e o social. Na era moderna (como verificado em obras do séc. XIX) a política foi dividida em assuntos relativos ao sujeito (atribuir e legislar normas) e ao objeto (conquistar, manter, defender o poder estatal). Porém, devido a fatores históricos, nem todos os assuntos relativos ao social (como economia e ideologia) são concernentes a política, que agora se circunscreve ao conceito de “meio para se conseguir domínio sobre o homem”.

Para se conseguir domínio sobre um homem, deve-se utilizar poder. Existem, conforme apresentado pelo autor, três formas de poder: economico, ideologico (ou intelectual) e político. Esse último é soberano pois, em caso dos outros não garantirem sua influência, devem recorrer ao uso da força. É exposto pelo autor que o único poder dotado do artifício de coerção física é o político e, segundo ele, a ação física é a única que garante de fato a subordinação e obediência do coletivo e de seus membros.

Portanto, ao se falar de política moderna, o tema é o poder político cuja característica é o monopólio do exercício de coerção física num Estado. Esse atributo foi garantido quando, o indivíduo, conforme apresentado pelo filósofo Hobbes, abriu mão do uso individual de poder, concedendo somente ao Estado legalidade com relação a seu uso. O autor aborda que o poder político não tem um fim, a não ser garantir a ordem interna e a soberania internacional de um Estado, pois os interesses de quem exerce o poder político são movidos, segundo Marx, pela classe dominante, estando condicionados a temporalidade e situações especificas.

Em ultima análise, o autor nos apresenta a relação entre política e moral, nos demonstrando como são diametralmente opostas. Segundo Weber, existem basicamente dois tipos de ética: a da convicção, que é fundamentada