No Teatro municipal

“No Teatro Municipal”
Semana de Arte Moderna
De 1922, realizada em São Paulo, no Teatro Municipal, de 11 a 18 de fevereiro.

“No Teatro Municipal” traz o Catálogo concebido por Di Cavalcante contendo o programa do festival, ou seja, a programação da semana. Rezende descreve o que aconteceu em cada dia do espetáculo enfatizando que o primeiro dia foi bastante tranquilo. Já o segundo dia foi mais conturbado em decorrência do discurso realizado por Menotti Del Picchia ao apresentar ideias do grupo e os novos escritores. Oswald de Andrade foi o primeiro a ser apresentado o qual foi recebido pelo público com vaias, que a autora faz questão de frisar “as vaias desejadas, por sua vez, pelos artistas”.
A apresentação considerada uma das mais divertidas foi a de Villa Lobos vestido de casaca, porém de chinelos. Isso para a plateia era uma atitude representativa do futurismo, no entanto os chinelos foram usados devido a um ferimento que o artista apresentava nos pés. Foi uma noite bastante agitada, mas tudo não passava de uma estratégia que fazia parte do espetáculo, algo desejado para comprovar que a meta havia sido atingida.
Essa semana teve como principal propósito renovar, transformar o contexto artístico e cultural urbano, tanto na literatura, quanto nas artes plásticas, na arquitetura e na música. Mudar, subverter uma produção artística, criar uma arte essencialmente brasileira, embora em sintonia com as novas tendências europeias, essa era basicamente a intenção dos modernistas.

A autora faz menção ao termo “vanguarda”, enfatizando que o mesmo está ligado diretamente ao meio artístico e que faz parte de um novo conceito de vanguarda que supõe choque e ruptura, ataque e violência, vinculando-se à semântica militar original não sendo apenas um vocábulo usado para denominar um grupo de precursores de um determinado movimento artístico, conforme descrito no Aurélio. Dentro dessas ações do grupo, destaca-se a serenata futurista, inventada por Marinetti, um sarau que