No entardecerdos dias

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I – A. Leia, atentamente, o texto e apresente, seguidamente, de forma bem estruturada, as respostas aos itens apresentados.
XLI
No entardecer dos dias de Verão, às vezes,
Ainda que não haja brisa nenhuma, parece
Que passa, um momento, uma leve brisa...
Mas as árvores permanecem imóveis
Em todas as folhas das suas folhas
E os nossos sentidos tiveram uma ilusão,
Tiveram a ilusão do que lhes agradaria...
Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem!
Fôssemos nós como devíamos ser
E não haveria em nós necessidade de ilusão...
Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida
E nem repararmos para que há sentidos...
Mas graças a Deus que há imperfeição no mundo
Porque a imperfeição é uma cousa,
E haver gente que erra é original,
E haver gente doente torna o mundo engraçado.
Se não houvesse imperfeição, havia uma cousa a menos,
E deve haver muita cousa
Para termos muito que ver e ouvir...
Alberto Caeiro

7-5-1914

1. Na primeira estrofe do poema, o sujeito poético põe em destaque a forma como percepciona o mundo que o / nos rodeia.
1.1. Explicite-a com clareza.
1.2. Relacione os três tempos verbais usados nesta estrofe.
[20] 2. Estabeleça a diferença especificada com os verbos «ver», «ouvir», «sentir» e «reparar» ao longo da segunda estrofe.
3. « Mas graças a Deus que há imperfeição no mundo »
3.1. Esclareça o sentido do verso no contexto em que surge.
4. Comente o efeito expressivo da interjeição, dos articuladores e da pontuação.

Cenários de resposta ao teste escrito:
I
1.1) De acordo com o modo como vê as coisas / como tem a perceção dos elementos,
Caeiro, como elemento animado da natureza que nela se encontra harmonicamente integrado e que obedece gostosamente às leis universais/cósmicas, apenas aceita a interpretação do mundo com base no ato de sentir (ver, ouvir, …), exemplificando, na primeira estrofe, uma situação em que procede deste modo (aceitar a realidade de acordo com a forma como ela se apresenta). No entanto, os dois

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