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2572 palavras 11 páginas
Ser feliz sozinho?
- Uma reflexão sobre a solidão e a solitude em nossa época
RAYMUNDO DE LIMA*

A solidão é fera, a solidão devora.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração.
(SOLIDÃO. Alceu Valença) **

Hoje vivemos mais, no entanto sozinhos. Depois dos 90 anos, o renomado arquiteto Oscar Niemeyer se queixava da falta dos amigos que se foram. O escritor e educador, Rubem
Alves, declara que, na velhice, a gente fica com medo de ficar só, de não ter ninguém para conversar (TV
Câmara/2013). Daí porque muitos idosos caem em depressão com a aposentadoria: desaparecem vínculos associados ao trabalho. Então, é preciso preparar as pessoas, desde cedo, para sustentar uma vida social ativa para além do trabalho.
Pesquisas
apontam que vem aumentando o número de pessoas vivendo sozinhas na Europa e nos
Estados Unidos, principalmente os idosos. Na Suécia, 60% dos domicílios são habitados por uma só pessoa.
Metade dos adultos de Nova York é de solteiros e ex-casados que vivem sozinhos. É possível ser feliz sozinho em NY, contradizendo música do Tom
Tobim (Wave) (PONTUAL, 2012). No
Brasil, sete milhões vivem sozinhos: há

dez anos eram 8%, hoje são 12%, diz o
IBGE.
Não ter com quem compartilhar os momentos bons ou ruins, ou se ver obrigado/a ficar só nas datas de Natal, passagem para ano novo, aniversário, domingo, pode causar um efeito de solidão profunda em algumas pessoas.
Para amenizar a solidão, nestas datas, alguns cumprimentam a si próprios, abraçam-se, etc. Geralmente as pessoas cuja personalidade é considerada difícil ou superego rígido, terminam sendo isoladas da convivência social. “Quanto mais rígido é o superego, maior o sentimento de solidão, porque suas rigorosas exigências aumentam as ansiedades depressivas e paranóides”
(KLEIN, 1975, p.156).
Personalidades de superego rígido, consideradas “difíceis” (irascíveis,
sempre

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