Neoliberalismo

NEOLIBERALISMO – David Harvey A vertente neoliberal no plano teórico defende a liberdade individual e a dignidade humanas. O mercado autorregulado e o Estado mínimo são pré-requisitos para o bem-estar da sociedade de forma geral. De fato, acaba que a defesa do livre comércio e da livre mobilidade de capitais beneficia de maneira desigual, na prática, as diferentes camadas sociais. As corporações multinacionais, os detentores de propriedade privada e as instituições financeiras acabam tendo seus interesses satisfeitos em detrimento dos demais agentes sociais. Um Estado neoliberal é aquele que apoiaria os interesses do capital financeiro e das grandes empresas, intervindo o menos possível nas suas dinâmicas de investimento e de busca por lucratividade. A virada neoliberal foi resultado de um processo de crise na década de 70 oriundo dos choques do petróleo e do fim do padrão dólar ouro que acabaram caracterizando um período de estagflação principalmente entre as economias desenvolvidas. A velha receita keynesiana entrou em colapso: o Estado do bem-estar e sua capacidade de conciliar trabalho e capital ruíram. Na década de 80, as antigas políticas sociais e a regulamentação dos mercados financeiros seriam postos de lado para a emergência da política neoliberal que ganhava força nos EUA e na Grã-Bretanha. O neoliberalismo; no entanto, tem uma tendência estrutural ao seu plano em si que promove efeitos redistributivos na sociedade, ampliando a desigualdade social. A ameaça econômica às classes mais abastadas dos países desenvolvidos gerava a necessidade de se proteger esses interesses em detrimento do resto da população dada as condições de crise. O neoliberalismo estava estritamente vinculado à restauração ou à criação de poder para as elites econômicas dos países.
Para a contenção da crise, políticas econômicas ortodoxas prevaleceram gerando medidas recessivas que aumentavam o desemprego e reduziam o consumo. A solidariedade social foi questionada e a