Neo Leitores

BASTA ALFABETIZAR? O ACESSO À INFORMAÇÃO E AOS LIVROS PARA OS

NEOLEITORES.

Autor: MÁRCIO BEZERRA NUNES

Este estudo tem como objeto reconhecer e identificar quais as dificuldades que o

neoleitor encontra em relação às literaturas, que de certa forma sempre vem sendo

escrita para leitores já com experiência. O neoleitor é o jovem, adulto ou idoso que está

iniciando sua caminhada de leitor, além da pouca experiência em ler textos escritos,

jornais, revistas, romances, dentre outros. Geralmente os neoleitores vêm dos estratos

populares, mesmo morando no mundo urbano, trazem consigo uma história bastante

vinculada ao mundo rural; além disso, sobrevivem de subempregos em que os baixos

salários e a subserviência prevalecem. Esta proposta se justifica pelo fato de o neoleitor

possuir uma rica experiência de vida, geralmente vinculada ao seu trabalho e ao seu

cotidiano, dessa forma, suas experiências de letramentos trazem uma tradição oral,

composta de causos, trovas, parlendas, histórias de cordel, músicas tocadas nas rádios

ou por violeiros, narrativas veiculadas através da televisão, histórias da Bíblia que

acompanham os cultos, lendas, canções de ninar, adivinhações, provérbios, fábulas,

entre outras (TIEPOLO, 2008). Somando-se a isso é preciso entender também a

apropriação da escrita como um processo ativo e reflexivo no qual o alfabetizando

extrai significados dos estímulos disponíveis (SMOLKA, 1988). Pois em uma sociedade

urbana e letrada, dominar a linguagem escrita significa obter formas de pensamento que

podem possibilitar uma melhor compreensão das complexas relações nela estabelecidas.

Isso porque o pensamento possui bases sociais e não meramente biológicas, e assim é

impossível querer destinar ao aluno adulto o mesmo encaminhamento metodológico

destinado à criança, é preciso compreendê-lo como um neoleitor: alguém que possui

experiências de vida e de leitura que