Nenhum

FAZER O BEM: CONSCIÊNCIA POLÍTICA OU VALORES SENTIMENTAIS?

“Só a participação cidadã é capaz de mudar o país.”
Herbert José de Souza

Lígia Cristina Amaral Magalhães
Luciana Martins Ezequiel Sousa Lima

Resumo:

A sociedade brasileira apresenta grandes desigualdades sociais e econômicas. Dada a importância da participação social e voluntária nesse contexto, a realização da gestão social das políticas públicas representa um enorme desafio à sociedade e ao governo. Devido à complexidade das práticas e atividades relacionadas à gestão social e as dificuldades enfrentadas por seus atores sociais, este artigo pretende identificar quais os reais motivos que os impulsionam à tentativa de realizá-la. Para tanto, foi desenvolvido o estudo de caso sobre o Projeto Força do Bem na cidade de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, voltado na prática do bem às pessoas mais necessitadas. Dessa maneira, procurou-se desvendar a visão dos voluntários sobre as políticas públicas, seus desafios e dificuldades. Além disso, identificar o que os move, os leva a se imbuírem nas ações sociais e qual seu real interesse em fazer parte de grupos de voluntariado. O trabalho tem como característica um estudo exploratório e descritivo, de natureza qualitativa. Através da análise documental e da análise de conteúdo das entrevistas semi-estruturadas procurou-se atender ao objetivo proposto, levando-se em consideração o engajamento das pessoas envolvidas no Projeto e os interesses públicos envolvidos. Como resultado, foi possível identificar que a autorrealização é um dos maiores catalisadores para conduzi-los a prática das ações sociais. A maior parte dos entrevistados demonstra não somente a racionalidade instrumental, mas principalmente a racionalidade substantiva no momento da tomada de decisão sob a construção e execução de alguma ação social pública. Ao realizar as ações, os voluntários não indicam a consciência política como um fator motivacional. Outro fator