negros na sociedade

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Talvez não seja este o momento mais oportuno para realizar um balanço crítico da obra de Florestan Fernandes. Sua morte é muito recente e a emoção ainda nos domina. Porém, a homenagem que a direção da ANPOCS presta a figura tão pragmática do pensamento sociológico no Brasil não é apenas justa, de merecida reverência; é convite a um ensaio de reflexão sobre os caminhos da sociologia entre nós, seus temas, abordagens, orientações, análises e debates mais significativos.

Florestan Fernandes construiu, ao longo da sua trajetória, um modo particular de pensar a sociedade brasileira, do qual sobrelevam questões da maior relevância e atualidade que influenciaram fortemente as gerações subseqüentes. Ao lado do reconhecimento da sua produção, o sociólogo compartilha da condição de estar entre os artífices do moderno pensamento sociológico no Brasil e de ter erigido o estilo acadêmico de reflexão, submetido às diretrizes do conhecimento rigoroso, sem excluir, no entanto, uma perspectiva analítica comprometida, vivamente entranhada na realidade do país.

No âmbito dessas considerações, pretendo chamar a atenção para problemas fundamentais presentes nas suas obras de interpretação do Brasil, para a maneira como apreendeu a constituição, a transformação, a acomodação e a simbiose aos contextos emergentes, dos princípios que particularizam a nossa formação histórica. Esclareço, de saída, que não esgotarei o conjunto das questões que perpassam a sua contribuição, e nem seria possível, dado o escopo do empreendimento, visível no caráter multifacetado dos seus interesses. Quando pensamos sobre sua obra, se revelam ações em diferentes campos: como antropólogo, como sociólogo, como intérprete da sociedade brasileira, como pensador da profissão, como homem público. Essas diferentes facetas conviveram e se entrecruzaram, com ênfases diversas em função dos momentos.

Como antropólogo, Florestan escreveu, como disse o professor Roque Laraia, um livro exemplar da etnologia

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