NAS PÁGINAS DOS JORNAIS, “MENORES”, CRIANÇAS E JOVENS: DISCURSOS SOBRE MENINOS E MENINAS NOTICIÁVEIS (SANTA CATARINA, 1979 – 1990)

5149 palavras 21 páginas
NAS PÁGINAS DOS JORNAIS, “MENORES”, CRIANÇAS E JOVENS:
DISCURSOS SOBRE MENINOS E MENINAS NOTICIÁVEIS
(SANTA CATARINA, 1979 – 1990)
Camila Serafim Daminelli1
Resumo: No decorrer da década de 1970, no Brasil, o chamado problema do menor passou a figurar como um grande problema social. Tendo como palco os centros urbanos a infância e a juventude irregular tornava-se pauta noticiosa dos jornais, fosse através da imagem dos meninos e meninas de rua, vitimizados/as pelo discurso midiático, fosse através da utilização sensacionalista do menor em conflito com a lei, considerado o germe da criminalidade adulta do país. No estado de Santa
Catarina, este momento marca também a entrada em cena de diagnósticos sociais que abordavam as categorias gênero e etnia nas reportagens sobre a população infantojuvenil. A partir do grande número de ocorrências policiais, delineiam-se nos jornais alguns perfis no que se referia a meninos e meninas envolvidos com o consumo ou o tráfico de entorpecentes, por exemplo, mas também a respeito das crianças e jovens que labutavam no trabalho pesado, ou ainda, vítimas de violência sexual. Utilizando como fontes documentais os dois periódicos de maior abrangência no estado durante o período entre 1979 e 1990 – os jornais O Estado e o Diário Catarinense – buscamos analisar de que maneira os discursos da mídia impressa veicularam informações referentes aos fenômenos sociais envolvendo os infantojuvenis em Santa Catarina.
Palavras-chave: História. Infância e juventude. Impressos.
Durante os anos da década de 1980, os leitores e leitoras do jornal O Estado foram informados mais de duas dezenas de vezes acerca de seminários e congressos, a realizar-se nas cidades catarinenses, cuja temática seria a questão ou problema do menor.2 A que se referia o problema, enfrentado pela população infantojuvenil, digno de tanta comoção social? A infância e a adolescência publicizada em Santa Catarina, alçada à categoria de problema de Estado, seguia os rumos do cenário

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