Narrativa envolvendo sistema digestório

Big Macocô

Big Mac era um dos típicos hambúrgueres americanos: calórico, famoso e metido. Passou todos os seus dias de preparos secretos sacaneando os sanduíches de Bob’s e do Giraffas. Filho de uma grande multinacional, se sentia superior somente por ser apelidado de Big. Apesar de ser comido por todo mundo, vivia esbanjando sua masculinidade, dizendo que não tinha medo de nada, nem do maior medo de todos os alimentos, e que todos de sua família, a linha Big Mac, já tinham deixado muitos humanos e obesos e perto de morrer de tanto encher o bucho. Certo dia, Big estava em sua casa, no Mc Donalds do Midway Mall, se preparando para ir para a geladeira, depois de um longo dia na cozinha que transpira lipídeos, e começou a sentir frio em seus picles, mas ignorou, afinal, nada assusto o grande Big. Foi dormir, até que... tudo começou. Ele estava deitado sobre uma bandeja, exposto e sem saber como havia chegado ali. Não reconhecera o lugar, só viu a sua frente um homem bem assustador. Nunca o vira antes, mas sua aparência o deixava com frio nos gergelins. Não era gordo, porque o peso daquele homem ultrapassava os limites desse adjetivo. Tinha peitos que beiravam o umbigo, barba grande suja de mostarda e o resto mais oleoso que o da panela do pobre funcionário do mês de seu alojamento. Quando menos esperou, estava sendo agarrado por aqueles dedos roliços que provavelmente, devem ter ido às narinas antes daquele momento. Foi tudo tão rápido que ele nem percebeu que já estava na boca do ogro. Além daquele lugar estar fedendo mais que bueiro, ainda foi mastigado, triturado pelos dentes e teve que se misturar com uma saliva ácida, que o transformou numa massa. Sempre tão vaidoso, nunca se imaginou tão feio como naquela hora. Foi empurrado por uma língua gigante e foi parar no esôfago. Queria gritar, queria fugir, mas não tinha como. Dois grandes seguranças, Glote e Epiglote (ainda se lembrava daqueles nomes) fecharam a única porta aberta que