Música Medieval

Quando Odoacro, Rei dos Hérulos, destitui Rômulo Augústulo, o último Imperador Romano, cai o Império Romano Ocidental, marcando assim o início da Era Medieval. É muito difícil determinar o período de inicio e fim da idade média, mas algumas teorias situam essa era da história entre século V e o século XV, início do Renascimento Humanista. Nesse período, a espiritualidade regia o comportamento humano, e isso começou a ser evidente nas artes. A igreja católica tinha o controle sobre a produção científica e cultural, exercendo uma ligação entre a produção artística com o cristianismo. Por isso a predominância dos temas religiosos nas artes plásticas, na literatura, na música, na arquitetura e no teatro. O teocentrismo regia o imaginário.

E é na idade média que surge e se desenvolve a polifonia escrita e as primeiras notações musicais. Os neumas vão ser substituídos pelo sistema de notação com linhas. No século XI, Guido D'Arezzo formata esse novo sistema de notação musical, que é usado até hoje por nós. Foi ele também, que designou as notas musicais como são conhecidas atualmente. Foram usadas as primeiras silabas de cada estrofe do texto de um hino a São João Batista, onde cada estrofe inicia com uma nota musical: As notas musicais passam a ser chamadas de UT, RE, MI, FA, SOL, LA e SI. UT logo seria substituído pelo DÓ. O nome da nota SI formou-se das letras iniciais do último verso do hino.
Ut queant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve polluti
Labii reatum
Sancte Ioannes

A música era frequentemente ligada a ritos religiosos, como o Cantochão e o Gregoriano, ou àqueles de reminiscência pagã. É também nessa época que o amor profano se expressa na arte dos trovadores e que a monofonia atinge a maturidade no Ocidente. Durante toda a Idade Média, a música profana fez parte da corte medieval. Servia para dançar, para animar jantares, cerimonias e outras ocasiões