Márcio souza

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE – UNINORTE

POR QUE TENREIRO ARANHA PODE SER CONSIDERADO O 1° ARTISTA DO AMAZONAS POR MARCOS SOUZA

MANAUS
2013

Márcio Souza, dramaturgo amazonense reconhece o talento de Tenreiro Aranha como dramaturgo que, apesar de criado como colonizado descobriu simulações para compor seus escritos: Talvez seja o seu teatro o mais marcadamente simulador, já que a dramaturgia dos fins dos setecentos configurava-se com uma delicada vocação lírica. É no texto de seus dramas, nas deixas de seus figurantes simbólicos, que o poeta se aproximará da realidade e das contradições sociais do tempo. Há uma curiosa e por isso mesmo saborosa mistura de drama pastoril, tão ao gosto do século XV, como em Tasso, e uma abordagem conturbada de conceitos políticos no estilo romântico, que faz desse teatro um híbrido e os resultados cênicos, anacrônicos, mas à altura dos recursos técnicos da província.” (...) Tenreiro Aranha jamais poderia ser confundido com um popularizador do “Iluminismo” teatral, e nem com dramaturgo do gosto da classe média. Primeiro, por inexistir uma classe média organizada na Amazônia. Segundo, porque o seu teatro sempre foi marcadamente de elite e a sua construção cênica muito ideológica. Tenreiro Aranha,vivendo na região mais imoderada do mundo, faz o teatro da moderação, o drama da decadência do mercantilismo e da falência do poder português no Brasil. No drama A Felicidade no Brasil, em um ato,levado à cena no Teatro Público do Pará em 1808, o dramaturgo ousa insinuar a necessidade da independência e arrebata-se com a grandiosidade do destino de sua pátria que nascia. (Souza, 1977 apud SALLES, 1994, p.14). De forma que Tenreiro Aranha se vale de um estilo originalmente vinculado ao teatro religioso, mas, como afirma Márcio Souza, o dramaturgo simula, disfarça e insere em suas composições certo teor ideológico para, à época, já evidenciar as contradições sociais do tempo, tão presentes ainda em nossos