Mumford e as cidades

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A cidade, tal como é encontrada na História, é o ponto da máxima concentração do vigor e da cultura de uma comunidade. É o lugar onde vão encontrar-se os raios emitidos por muitos focos separados de vida, com proveitos tanto em eficiência como em significação social. A cidade é a forma e o símbolo de um conjunto integrado de relações sociais: é a sede do templo, do mercado, do tribunal, da academia. Na cidade, os bens da civilização encontram-se multiplicados e diversificados. Nela, a experiência humana toma a forma de sinais exequíveis, símbolos, padrões de conduta, sistemas de ordem. É na cidade que se encontram os produtos da civilização, os rituais.
As cidades são produto da terra. Refletem a sagacidade do camponês ao dominar a terra. As cidades são a representação dessa vida estável que começa na agricultura permanente - uma vida que se vive com auxílio de abrigos permanentes, utilidades permanente. Todas as fases da vida no campo contribuem para a existência das cidades. Aquilo que sabem o pastor, o madeireiro e o mineiro vem a ser transformado e espiritualizado, através da cidade, em elementos duráveis da herança humana.
As cidades são produto do tempo. São os moldes dentro dos quais a existência dos homens se resfria e condensa, dando forma duradoura, por via da arte, a momentos que, de outra forma, findariam com os vivos. Na cidade, o tempo torna-se visível: os edifícios, monumentos, vias públicas - mais claramente que os documentos escritos. Graças ao fato material da preservação, nas cidades, o tempo desafia o tempo, deixando uma impressão da sua passagem e da sua grandeza até na mente dos ignorantes e insensíveis. Por força da sua diversidade, a cidade furta-se à tirania de um presente único e à monotonia de futuro igual. Através da sua complexa orquestração do tempo e do espaço, não menos que através da sua divisão de trabalho, a cidade assume o caráter de uma sinfonia.
As cidades nascem das necessidades sociais do homem e multiplicam tanto seus

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