Mulheres na América Latina: Do direito ao voto ao direito de ser votada

MULHERES NA AMÉRICA LATINA: Do Direito ao Voto ao Direito de Ser
Votada
Lisiane Lescano1e Northon

Resumo
Com o surgimento do patriarcado, o advento do capitalismo e o desenvolvimento de relações de poder entre as identidades femininas e masculinas, deu-se a opressão e submissão do feminino. Às mulheres foi reservado o papel de responsável pelo lar, cuidando das tarefas domésticas, da casa, dos filhos, dos velhos doentes, além de cuidarem do marido. Assim sendo, as mulheres foram afastadas das decisões, da vida pública e da política. As mulheres não possuíam o direito de votar, nem tão pouco o direito de serem votadas uma vez que se considerava que as mesmas não possuíam capacidade mental suficiente para opinar sobre assuntos públicos, colocando-as a par da cidadania. Entretanto, não obstante a constante opressão e a submissão da mulher à figura masculina ao longo da história, sempre se verificou movimentos de resistência tendentes a reconhecer a igualdade de gênero e assim inserir a mulher na tomada de decisões. Desta forma, pretende o presente texto a analise do papel da mulher na política da América Latina, apontando os avanços jurídicos alcançados pelas mulheres.
Palavras-chave: Mulheres, Política, Relação de Gênero, América Latina.
Considerações Iniciais
Não podemos precisar de forma exata quando se iniciou a opressão e a submissão do feminino ao masculino, no entanto, historicamente podemos dizer que com o estabelecimento do patriarcado e posteriormente com o advento do capitalismo verificou-

1 Graduada em Direito pela Universidade de Passo Fundo – Campus Passo Fundo. Pós-Graduada em
Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, CESUSC/IPEJUR Passo Fundo. Mestranda em Direito pela
Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI Campus Santo Ângelo. Professora da Iodontus (Passo Fundo, RS); Professora Convidada em Cursos de Pós-Graduação da Funorte (Caxias do Sul e Passo Fundo). Procuradora Geral da Câmara de