Mulher

Mulher: Ainda um ser comestível
Vivemos em um país onde a cada ano o número de obesos vem se elevando. Segundo dados divulgados este ano pelo Ministério da Saúde, o Índice de Obesidade no Brasil chegou a 15,8% da população, ou seja, cerca de 30 milhões de pessoas. Os dados são ainda mais alarmantes quando referente a taxa de sobrepeso, que é quando o peso está em desacordo com a altura, pois 49% da população brasileira apresenta este problema. A Revista Veja, por ser uma publicação semanal que objetiva expor um quadro da realidade brasileira e, por isto, apresenta assuntos de relevância a seu público-alvo, abordou o tema da constante problemática em emagrecer de forma leve e atraente.
Ao analisarmos a escolha do branco como cor para predominância da capa, já observamos que a pretensão é transmitir a ideia de expansão e luminosidade, com isto promove destaque para a imagem da mulher que, obviamente, segue o padrão hegemônico da atual beleza, ou seja, ela é alta, magra e loira. Para ressaltar ainda mais a exuberância da mulher e atrelado a frase “Emagrecer pode ser uma delícia”, a modelo usa um vestido que remete à ideia de uma alimentação saudável, pois sua roupa é elaborada com folhas de repolho. Neste ponto ressaltamos que a palavra delícia não se refere somente à comida, mas também a própria mulher que neste aspecto também surge como um prato a ser degustado. A sensualidade do decote e o movimento do vestido, que faz referência direta a Marylin Monroe na cena clássica do filme “O Pecado Mora ao Lado”, também reforçam este nosso pensamento.
Para desmistificar o pensamento de que emagrecer ocasiona sofrimento à modelo consegue por meio da sensualidade despertar desejo, mesmo vestida com uma folha normalmente rejeitada por quem é obeso ou tem sobrepeso. As chamadas das matérias também desconstroem a ideia de que os pratos saudáveis não são apetitosos ou que a geladeira gorda é a melhor.
Diante do que foi exposto podemos ressaltar que o papel que a figura da