MUDANÇA E INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL

Mudança organizacional e inovação estão diretamente relacionadas. MARCH e SIMON (1970, p.242) afirmam que “há [...] inovação quando a mudança exige a elaboração e avaliação de novos programas de ação que até então não faziam parte do repertório da organização.” Deste modo, a inovação se dá como resposta ou como meio de viabilizar mudanças organizacionais. Neste sentido, a adoção de inovações acaba por afetar tanto características estruturais quanto processuais da organização. A inovação, neste sentido, pode ser entendida como um novo procedimento a ser adotado pela organização “[...] em função do contexto ambiental, quer se refira a produtos, processos ou formas e relações sócio-organizacionais que surge como resposta a uma necessidade identificada e seja economicamente atraente.” (GUIMARÃES, 1992, p.228). Sendo a inovação um processo complementar à mudança organizacional faz-se necessário entender o que é mudança para uma melhor compreensão de como acontecem as inovações. Deste modo, os próximos itens tratam de mudança organizacional em seus diversos aspectos.

1. A mudança e o contexto atual
A mudança não é um privilégio da atualidade, como podem crer os mais desavisados. Heráclito (filósofo grego) já declarava no século VI a.C. que "nada é permanente a não ser a mudança”. O mundo antes de 1990 não era estável. Apesar disto, falar sobre mudança como uma característica da época e da sociedade contemporâneas tornou-se lugar comum. Não existe tema mais cultuado pela media no momento, em especial com a chegada do ano 2000. No entanto, o que pode ser tido como recente não é o fenômeno da mudança em si, mas a natureza das mudanças em curso, que se mostram cada vez mais velozes. Mudanças radicais no âmbito geoestratégico (uma maior preocupação ecológica, articulada em torno da defesa da qualidade do ar, da água, da terra e de uma melhor relação do homem com o ambiente em que vive e trabalha...), político-estratégico (a queda do muro de Berlim colocando em cheque a