Movimento das mulheres camponesas
O MMC teve a sua origem nas primeiras organizações de mulheres, na década de 80, oriundas de grupos de orações e grupos de mães das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja
Católica. Estas organizações possibilitaram a socialização da realidade doméstica por meio de conversas entre as mulheres propiciando um lócus para futuros questionamentos sobre as relações desiguais de gênero que contribuíram para o surgimento de organizações especificamente de mulheres do meio rural (PRADO; MAGALHÃES, 2006).
Observa-se na produção intelectual que o MMC parte do pressuposto que ter liberdade para se desvencilhar da relação desigual entre os gêneros é primordial para as mulheres terem as próprias escolhas. Defende-se que a mulher não deve ter o papel de servidão em função do outro. Ao mesmo tempo, é uma característica do campesinato a valorização do passado. É neste sentido, que a valorização da família cultuada nas igrejas ainda é primordial para o reconhecimento da identidade cultural das mulheres estudadas.
MMC. MOVIMENTO DAS MULHERES CAMPONESAS. Mulheres Camponesas em defesa da saúde e da vida. DARON, Vanderleia L. P.; COLLET, Zenaide (Org). Chapecó:
AMTR-SUL, 2008.
Com relação às mulheres formarem Movimentos consistentes de trabalhadoras rurais ou camponesas, grande parte dos relatos revelam que isso se dá no início da década de 80 no Brasil, sendo que, anterior a esse período, sua invisibilidade era quase total. De acordo com Conte, Martins e Daron (2009) uma das maiores conquistas dos vários segmentos de lutas das mulheres