Moralidade E Ordem
“O mundo só se tornou viável porque antigamente as nossas leis, a nossa moral, a nossa conduta eram regidas pelos melhores. Agora a gente tem a impressão de que são os canalhas que estão fazendo a nossa vida, os nossos costumes, as nossas ideias. Ou são os canalhas ou são os imbecis, e eu não sei dizer o que é pior. Porque você sabe que são milhões de imbecis para dez sujeitos formidáveis.” Nelson Rodrigues
Ordem e Estado: uma visão regeneradora
Perdoe me o leitor se achar meu texto por demais pedante. Foi feito inicialmente para propósitos acadêmicos. Dessa forma, procuro evitar de escrever o que penso, e um dilúvio de citações transbordam linhas abaixo. Tentei não sacrificar a simplicidade em nome do formalismo. Apesar de estar escrevendo sem inspiração, mais parecendo um açougueiro decepando pedaços de texto aqui e ali, me esforcei para fazer um bom trabalho, dentro das minhas limitações.
Segundo Alexis de Tocqueville, no clássico A Democracia na América (1830), a prevalência dos costumes cristãos no povo norte-americano foi a causa do sucesso de sua democracia. Antes de ojerizarmos essa conclusão, lembremos que tipo de cristão desembarcou sucessivamente nas costas da Nova Inglaterra. Segundo o referido autor, os emigrantes que inicial e sucessivamente lá emigraram, os peregrinos (pilgrims), pertenciam àquela seita da Inglaterra que a austeridade de princípios fizera receber o nome de puritana. O decorrer do tempo não sacrificou aquele primeiro germe. Apesar da grande diversidade de seitas, todas se entendem sobre os deveres dos homens uns para os outros, e “a moral do cristianismo é a mesma em toda parte”. Quão diferente foram nossas primeiras imigrações. Nos fala Adam Smith (1760): “Os judeus portugueses, perseguidos pela Inquisição,