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Introdução

Em um mundo complexo, marcado pela interdependência e pela globalização econômica, política e da informação, no qual as nações pautam-se pela governança global e pela atuação em diferentes fóruns multilaterais, persiste como um desafio avassalador o problema alimentar, que é básico e essencial para a vida humana.
De fato, as relações internacionais ainda se desenvolvem em um mundo de pobreza e de fome, onde as estruturas internacionais, como Organizações Internacionais e organizações não governamentais, constituídas para lidar com este problema, não são capazes de combatê-lo com a eficácia necessária. Essa falta de capacidade se dá muitas vezes porque os agentes nacionais e internacionais não atribuem ao problema à importância que ele representa ou significa, por exemplo, para a segurança nacional e internacional.
No meio acadêmico a questão da pobreza e da fome é marginalizada em relação aos outros temas. Os grandes debates de Relações Internacionais priorizam questões de guerra e de paz, de segurança militar e sobrevivência nacional, de ordem e estabilidade, e as dinâmicas econômicas internacionais. As escolas mais tradicionais, como o Realismo e o Liberalismo, negligenciaram os desafios apresentados ao bem-estar humano, como a existência de um subdesenvolvimento global. Mesmo os globalistas e dependentistas, enfocaram em seus discursos teóricos a estrutura internacional que proporciona a desigualdade de relações entre os países do
Norte e os do Sul, e deixaram de lado os fatores causadores da desigualdade social, da pobreza e da fome (THOMAS, 2008).
A evolução teórica das Relações Internacionais trouxe à tona novas ênfases sobre a realidade. A Teoria Crítica, as novas abordagens de Segurança Internacional, o Construtivismo
Social, tiraram a o foco de análise do Estado e reposicionaram em outros níveis, aspectos e agentes da realidade social (MESSARI, 2005). Um exemplo são as teorias mais recentes que discorrem sobre segurança humana, que situam o