Moeda social e a circulação das riquezas na economia solidária
Fábio Luiz Búrigo2
Se a gente compreendesse realmente o nosso sistema bancário e monetário creio que amanhã de manhã haveria uma revolução aqui (Henry Ford Junior)
Apresentação O sistema financeiro internacional assumiu papel central nas estratégias de expansão das sociedades capitalistas contemporâneas. Controlado hegemonicamente por grupos e conglomerados empresariais de caráter financeiro, a dinâmica do sistema repercute cada vez mais nas grandes decisões econômicas mundiais. Não obstante a sua importância política, social e econômica, o funcionamento do sistema financeiro (com suas constantes inovações) parece ainda pouco compreendido pela maioria das pessoas e pelas organizações da sociedade civil. A magnitude e complexidade exigem um grande esforço investigatório aos que desejam desvendar as crises sistêmicas que rondam periodicamente o mercado financeiro, e criam enormes desafios para quem discute mecanismos efetivos de controle social ao setor. Ressalte-se que essas dificuldades são geradas tanto pelas inovações tecnológicas (obtidas principalmente com o apoio da telemática) quanto pelas novas formas de articulação dos agentes que atuam no circuito financeiro (redes transcorporativas envolvendo atores governamentais, agentes multilaterais e órgãos privados). Além do mais, o sistema monetário atual é engenhosamente baseado no artifício da carência crônica e epidêmica de dinheiro. O objetivo desta política, efetuado por governos e bancos é o de proteger o valor do dinheiro (dos ricos) (Strohalm, 2000). Em função desse quadro ganha força o debate sobre os impactos sociais e econômicos resultantes do processo de globalização do capital financeiro. Acentuam-se as críticas dos que afirmam que a homogeneização das finanças mundiais (tendo o dólar como ícone), além de corroborar para o aumento das diferenças entre os ricos e os pobres e entre as nações centrais
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