Modernismo

1922 Modernismo, uma nova era. Estava sentada pensando em uma nova pintura, já estava sem ideias e cansada de pintar as mesmas coisas. Tudo que eu pintava havia o mesmo sentimento, e eu estava em buscas de coisas novas. No dia seguinte meu marido, que era escultor ouviu rumores sobre uma coisa que ia acontecer. São Paulo inteira estava comentando, estava um escândalo. O assunto era uma tal arte moderna, era o início do fim. Como eu queria ter novas ideias, eu perguntei para ele: — Que dia vai ser esta apresentação de arte moderna? — Vai ser semana que vem, dia 11. — Como será que deve ser? — Não sei. A única coisa que sei, é que já gastaram muito dinheiro com o aluguel do teatro municipal. — Então nós vamos! — Não seria uma boa ideia, porque isso é uma loucura. Tentar mudar a essência da nossa arte é a coisa mais errada que nem se pode imaginar. — Vamos apenas ver, a talvez não significará nada. Então após essa conversa, pensei muito e o melhor a fazer foi mesmo me preparar para ir à esse grande espetáculo. Chegou o grande dia, foi o mais esperado de 1922. Fui correndo ao Teatro Municipal e cheguei lá primeiro, fiquei aguardando a abertura dos portões. Quando entrei, poucas pessoas estavam lá. Então aproveitei para apreciar as obras com mais tranquilidade. Quando eu estava vendo a obra “Estudante Russa”, olhei para o lado e vi a pintora do quadro Anita Malfatti. Logo que vi comecei a conversar com ela: — Gostei muito! É muito diferente do que eu costumo pintar, mas mesmo assim achei brilhante! Meu nome é Ana Shinoda e sou pintora da arte clássica. — A Senhorita pintora da arte clássica, aqui?! — Sim, quero renovar minhas estéticas e pensamentos. O que você poderia me dizer sobre esse quadro? — Olha, pintei quando eu conheci o Mário de Andrade, ele me incentivou a pintar com a alma, dei uma leve “deformada”