modernismo

O início do século XX e o modernismo
No início do século XX corresponde, na Europa, a um período de crises e ruturas. Por um lado o avanço tecnológico e científico promete um mundo novo cheio de máquinas e progresso, por outro, a miséria das populações que viviam em condições deploráveis gera descontentamento e reclama uma mudança radical.
O mal-estar reinava e, como em todas as épocas, os intelectuais e os artistas foram os primeiros a enunciar este mal-estar e a consciencializar que é preciso repensar não apenas a sociedade, mas também o próprio homem. O mundo parecia ter chegado a um ponto de viragem absoluta em todos os campos, o que era extraordinariamente excitante, mas simultaneamente inseguro. E a insegurança cresce com a Primeira Guerra Mundial, que deixa a Europa arrasada.
Os artistas, impressionados com o cepticismo social e a descrença no futuro, reagem, lançando à cara da sociedade obras cheias de sarcasmo, ironia e, muitas vezes, alguma provocação. Conscientes de que as velhas fórmulas artísticas estavam tão esgotadas como as velhas fórmulas políticas e sociais, enveredam por um caminho de rotura com a tradição e as forças conservadoras, procurando redescobrir o mundo e a vida através da linguagem estética nunca antes experimentadas. Na literatura, na pintura, na música, em todas as formas de expressão artística surge um movimento novo, o modernismo. Esta expressão contempla um conjunto de manifestações artísticas diversas, pois a diversidade e a pluralidade são as características mais importantes deste movimento em que cada artista quer encontrar o seu caminho pessoal de questionação dos valores existentes e reinvenção de valores estéticos de vanguarda.
Na literatura, recusam-se os velhos temas, as estruturas poéticas, dramáticas e narrativas já gastas e sobretudo a linguagem poética tradicional. Tudo isto é representado através de linguagens originais e criativas, como Almada Negreiros escreveu: “Nós não somos do século de inventar as palavras.