Modelos Espaciais de Turismo
Marcos Aurélio Tarlombani da Silveira
Geografia – UFPR - 2010
1. O espaço turístico
O estudo do espaço turístico tem como objeto basicamente duas grandes estruturas: O ESPAÇO EMISSOR, de onde saem os turistas, geralmente, os países mais industrializados e em estratos sociais que valorizam o ócio turístico e o consumo de paisagens (naturais e culturais; materiais e
imateriais);
ESPAÇOS
RECEPTORES
ou
DESTINOS
TURÍSTICOS, quer dizer, para onde os turistas vão. O deslocamento entre estes dois espaços é o que se denomina de FLUXO TURÍSTICO.
Pode-se dizer que o turismo em nível mundial conforma uma REDE
GLOBALIZADA DE ESPAÇOS EMISSORES E RECEPTORES, onde nos primeiros se concentram os maiores níveis de renda da população, as moedas mais fortes, e as necessidades de ócio (geralmente relacionadas com as condições climáticas, mas também aquelas relacionadas com a cultura e o conhecimento). Nos
segundos
se
concentram
as
características
complementares.
Pode-se
identificar
três
importantes
concentrações
de
lugares
receptores de turismo em nível mundial: o Mediterrâneo, o Caribe o Sudeste
Asiático. As três, não por coincidência, se localizam próximas aos três grandes blocos geoeconômicos (emissores de turistas): América do Norte, União
Européia e o Pacífico desenvolvido, liderado pelo Japão, todos no hemisfério norte, tendo ao sul, o mundo economicamente subdesenvolvido ou em desenvolvimento. E, também não por coincidência, se localizam próximas ou na linha do Equador (o que acentua a demanda por condições climáticas amenas, favorecendo o turismo de sol e praia).
Esta divisão internacional do trabalho e da concentração de capitais, que formam
a
rede
mundial de
“CIDADES
GLOBAIS” vem
sendo
espacialmente moldada desde a revolução industrial, e ainda que esteja sofrendo transformações induzidas pela flexibilização da produção, não tem alterado os centros de decisão dos investimentos que influenciam a