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1. Resgatando a Memória Segundo Santos (1992, 12), o casarão branco seguia o estilo na época, quando ecletismo e burguesia do café andavam juntos, em Santos, São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto.
A casa corresponde aos ideais de extinguir a tradição herdada do período colonial, de assentamentos urbanos congestionados e salubres. Havia um cuidado especial com os sistemas de higiene, ventilação e isolação.
Havia uma aproximação da avenida. A grade, entremeada por grandes pilares, dava um ar de nobreza ao prédio. Tem um estilo arquitetônico eclético, sua decoração interna é composta por arte Nouveau, a escada é de mármore Carrara, com corrimão de ferro maciço, um artístico trabalho feito pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Essa residência foi uma das precursoras na área da construção, totalmente isolada, diferente das casas da época que eram geminadas. Havia um alojamento de criados e duas salas de aula para as crianças estudarem. No jardim localizava-se uma quadra de tênis e um pomar.
De acordo com Santos (1992, 14), o Casarão Branco da Praia reflete a preocupação nesses aspectos, próprio das classes abastadas, diante das ameaças de epidemias de uma cidade portuária, numa área de 6.600 m2, a moradia ocupa apenas 10%, o restante é áreas livres pontilhadas de árvores.

Figura 1: Casarão Branco (antigo)

Segundo Santos (1992, 14), quase não há informações sobre os primeiros anos do casarão. Construído em 1900, pertencia a um alemão chamado Anton Carl Dick. Nessa época, a casa ainda não tinha a varanda superior projetada, nem entrada para carros. A família alemã morou alguns anos, mas diante da enfermidade da esposa de Dick, vendeu o imóvel mobiliado e regressou para a Alemanha, apenas levando os pertences pessoais. Conforme Santos (1992, 16), esse foi o relato:
Em 1910, encantado com a construção que lembrava o estilo europeu, com paredes espessas, ampla e confortável, Francisco da Costa Pires adquiriu o imóvel e nele se instalou com a esposa,