Mocambos dos Palmares

RESENHA DO TEXTO “MOCAMBOS DE PALMARES: HISTÓRIAS E FONTES”. A história do Quilombo dos Palmares começou a ser escrita no início do século XVII, quando escravos fugitivos passaram a se fixar na Serra da Barriga, situada no Nordeste brasileiro. Ao longo da invasão holandesa essa comunidade se desenvolveu rapidamente e foram formados nove mocambos, sendo o do macaco o maior deles. Fortes e organizados, os quilombolas resistiram a diversas invasões, a princípio holandesas e mais tarde portuguesas. Mas em 1678, após uma forte investida militar, o líder Ganga Zumba assinou um acordo que determinava que todos os quilombolas se retirassem rumo a uma região próxima a Sirinhaém. Uma grande parte da comunidade se recusou a sair e permaneceu na Serra da Barriga, liderados por Zumbi, que reconstruiu o mocambo do Macaco, que resistiu até 1694, quando foi destruído após uma forte invasão militar. Zumbi viveu até 1695, quando foi morto durante uma emboscada. Toda a história passada em Palmares se tornou um dos grandes símbolos da luta contra a escravidão no Brasil desde a segunda metade do século XIX, tendo Zumbi como seu principal herói. Mas além da luta em prol da liberdade e contra as amarras da escravidão, os historiadores que estudam Palmares também se voltam frequentemente para o estudo de suas características africanas. Na primeira metade do século XX os estudos sobre o quilombo serviram de base para os autores que mostravam interesse em valorizar a África e a cultura negra no processo de formação cultural e política do país. Mas nem todos esses estudos resultaram numa avaliação positiva da história dos “negros de Palmares”. Nina Rodrigues avaliou que no quilombo se reproduziam as tradições relacionadas à organização política e guerreira dos povos bantos, mas ela também afirmava que eles tinham voltado ao estado da barbárie africana e que a destruição de Palmares contribuiu para o processo civilizador brasileiro. Já para Arthur Ramos, o quilombo poderia ser