Mobilidade Urbana em Porto Alegre

Porto Alegre concluirá o ano de 2014 com cerca de 30mil novos veículos circulando em suas vias (crescimento de mais de 30% ao considerarmos o período entre 2007 a 2013). Este elevado número pode ser justificado por fatores como o fortalecimento da economia e consequentemente do poder aquisitivo da classe C, que passa a ter acesso mais fácil a esses bens de consumo. Dentro do tema “mobilidade”, um levantamento da PROCEMPA (Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre), apresentou um panorama da participação das frotas que circulam nas vias da capital gaúcha: em 2013, 78,89% era de veículos de passeio, enquanto 0,90% era formada por frota de transporte público. De fato, os números de cidades como Porto Alegre são comparados aos de países como Japão, França, Espanha e Alemanha, todos com cerca de 1,7 habitante por carro (número este que pode chegar a 1,2 se desconsiderarmos os não habilitados – menores de 18 anos e maiores de 80). Com cultura de favorecimento para o transporte individual, os problemas de mobilidade urbana nas metrópoles geram dores de cabeça coletivas. As questões vinculadas à necessidade de deslocamentos dentro do perímetro dos grandes centros urbanos, para um crescente número de pessoas e cargas, certamente constitui-se, em extraordinário desafio ao planejamento urbano e às políticas de investimentos públicos. Muitos são os motivos alegados para o “caos” no trânsito das grandes cidades: transporte coletivo deficitário ou precário, execução lenta de obras de infraestrutura, falta de uma postura metropolitana com ações conjuntas entre municípios da mesma região e, principalmente, o aumento de forma exponencial do número de veículos nas ruas. Considerada a 7ª capital brasileira com os piores congestionamentos, estima-se que aproximadamente 38% das vias de Porto Alegre mantenham trânsito lento ou congestionado em “horários de pico”, problema que se repete há anos e traz com ele consequências muito mais graves do que os atrasos e transtornos