Militarismo
Entende-se por militarismo a preponderância dos militares na vida política do país, a influência decisiva das concepções castrenses na condução dos negócios públicos, na elaboração das diretrizes governamentais em todos os seus aspectos. As Forças Armadas, baseadas na hierarquia que concede aos oficiais superiores o direito de emitir ordens incontestáveis, tornam-se sensíveis à formação de mentalidade elitista e impositiva que, transplantada ao exercício do poder, conduz ao despotismo.
Conquanto originado da disciplina rígida dos quartéis, o militarismo não deve ser confundido com a força militar propriamente dita. Esta, no regime capitalista, é utilizada pelo Estado em seus conflitos externos e como arma das classes dominantes para esmagar os movimentos econômicos e políticos do proletariado, ao passo que aquele atua no plano político, converte-se em fator prevalecente no governo. As nações desenvolvidas tiveram fases de dominação militar. Bonaparte é um exemplo, donde o bonapartismo, há muito varrido do mapa político europeu. Criando e consolidando instituições relativamente democráticas, a burguesia dos países altamente industrializados exerce o poder através dos partidos políticos, dentro do jogo da democracia capitalista. Aí o militarismo toma outras formas: é um componente da orientação belicista, agressiva do capital monopolista.
Nos países atrasados, que não realizaram ou não completaram a revolução democrático-burguesa e onde as instituições são geralmente débeis, as classes dominantes recorreram e recorrem frequentemente ao Exército para dirimir disputas no seio das oligarquias e, principalmente, aniquilar as lutas do povo em defesa de seus direitos. A intervenção em tais disputas é falsamente denominada de "revolução", na maior parte das vezes simples quarteladas ou golpes palacianos.
Depois da guerra, essa questão adquiriu outra feição. Tendo crescido o movimento de libertação nacional no antigo mundo colonial e