Micologia - criptococose
INTRODUÇÃO
MICOSES SISTÊMICAS
A história natural das micoses sistêmicas em área endêmica inicia-se na infância ou adolescência, quando acontece o primeiro contato com fungo por inalação de propágulos, produzindo lesão pulmonar primária comumente assintomática, com tendência à regressão espontânea, deixando lesões residuais ou quiescentes. A disseminação hematogênica depende da capacidade de resposta do hospedeiro ou da quantidade de propágulos inalados. Têm-se detectado importante e progressivo aumento das infecções fúngicas sistêmicas, principalmente em pacientes imunossuprimidos. Nos pacientes com SIDA, as micoses sistêmicas merecem atenção especial, pois tendem a se disseminar.
CRIPTOCOCOSE
A infecção criptococócica tem distribuição mundial sem uma área endêmica definida. Pode ser causada por duas variantes do Cryptococcus neoformans: C. neoformans variante neoformans e C. neoformans variante gatti, sendo a primeira mais prevalente. A variedade neoformans do fungo é a mais comum, inclusive no Brasil, e também a associada com doença em imunossuprimidos, sendo predominante nos casos de Aids. Cada variedade compreende dois sorotipos fúngicos, na variedade neoformans, os sorotipos A e D, e na variedade gatti os sorotipos B e C. A variedade gatti é limitada ás regiões tropical e subtropical, ocorre na Austrália, Sudeste da Ásia, áfrica Central e Sul da Califórnia, áreas que apresenta associação com doença em hospedeiros imunocompetentes. As características da doença causada por essas duas variedades são as mesmas, bem como a sensibilidade. Nas últimas décadas, a criptococose destacou-se como doença parasitária emergente. A criptococose tem como agente causal o Cryptococcus neoformans, que tem contato inicial com o hospedeiro através da inalação de propágulos viáveis aerossolizados provenientes de fontes saprofíticas ambientais, os quais, no trato respiratório, podem resultar em infecção