metenpsicose

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Wood determinada a pôr em destaque a originalidade da nova forma de produção que se tornaria dominante na Inglaterra no final do século XVIII convida- nos a voltar nossa atenção para a agricultura, ao invés de seguir a senda batida da identificação entre capitalismo e crescimento das cidades.
A emergência do capitalismo certamente pressupôs o feudalismo ocidental, mas uma coisa é dizer que o feudalismo foi a condição necessária do surgimento do capitalismo, e outra bem diversa é dizer que ele foi o suficiente. O feudalismo na Europa era internamente variado e produziu diversas resultados diferentes, apenas um dos quais foi o capitalismo. A tendência a presumir que o capitalismo foi um produto inevitável do feudalismo europeu, ainda que antagônico a ele enraíza-se, na convicção de que as cidades autônomas que cresceram nos interstícios das “soberanias fracionadas” do feudalismo foram não apenas o inimigo natural que viria a destruir o sistema feudal, mas a semente dentro dele que daria vida ao capitalismo.
Uma das convenções mais arraigadas da cultura ocidental é aquela que associa capitalismo a cidades. O capitalismo supostamente nasceu e cresceu nas cidades. Mais que isso, aimplicação é de que qualquer cidade – com seus aspectos característicos de comércio e troca – são, por sua própria natureza, potencialmente capitalista, e somente obstáculos exógenos impediriam qualquer civilização urbana de dar surgimento ao capitalismo. A religião errada, a forma errada de Estado, ou qualquer tipo de constrangimento ideológico, político ou cultural, atando as mãos das classes urbanas é que teria impedido o capitalismo de brotar em todos os lugares, desde tempos imemoriais – ou pelo menos desde que a tecnologia permitiu a produção de excedentes suficientes. De acordo com esta visão, o desenvolvimento do capitalismo no ocidente se explica pela autonomia ímpar das suas cidades e das suas classes únicas (típicas), os habitantes dos burgos ou burgueses. Em outras palavras, o

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