METAL LEVE
NA INDÚSTRIA DE AUTOPEÇAS
Ângela da Rocha
Rebecca Arkader
A indústria de autopeças foi fortemente afetada pelo fenômeno da globalização, que forçou a multinacionalização de determinadas firmas e condenou outras ao desaparecimento.
Este caso examina duas empresas líderes no Brasil que seguiram distintas trajetórias estratégicas ao serem forçadas a enfrentar a reestruturação da indústria. Uma das empresas brasileiras foi adquirida por uma multinacional alemã, enquanto outra adquiriu uma empresa alemã fabricante de componentes automotores.
A INDÚSTRIA DE AUTO PEÇAS E A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
Desde sua criação, a indústria automobilística tem sido multinacional, tendo mais recentemente se tornado global. De fato, Dunning considerou a indústria automobilística a única indústria verdadeiramente global.
Na indústria automobilística, globalização significa, primeiro, modelos de automóveis
- os carros "mundiais" - planejados para ser fabricados em locais específicos com base em número limitado de plataformas, segundo uma estratégia de marketing global. Em segundo lugar, significa também a montagem em locais onde se possam auferir maiores vantagens em termos de custo e qualidade total. Em terceiro, pressupõe uma estratégia de global sourcing, segundo a qual firmas fornecedoras acompanham seus clientes onde quer que estejam montando seus veículos ao redor do planeta, seja através de exportações ou, cada vez mais, pela produção local. Esta última mudança decorreu da feroz competição por participação de mercado entre as montadoras nos principais mercados mundiais, levando a severa queda nas margens. Vendo-se forçadas a reduzir seus custos, as montadoras recorreram de forma crescente à adoção de práticas de produção enxuta de inspiração japonesa, que, por sua vez, levou a uma transformação na natureza de seus relacionamentos com fornecedores. Empresas industriais nos Estados Unidos, Europa e Japão tiveram