Metacontecimento

Notícia: Um carro blindado da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) da Polícia Civil do Rio de Janeiro perdeu os freios quando descia uma ladeira da favela da Mangueira, na zona norte da cidade e atropelou cinco pessoas por volta das 11 horas da manhã desta quinta-feira. Um homem está em estado grave, as outras vitimas tiveram ferimentos leves.
Segundo a Polícia Civil, o carro participava de uma operação no morro. O veículo descia uma rua de uma localidade da Mangueira denominada Buraco Quente quando bateu contra dois carros da Polícia Civil e só parou ao atingir dois estabelecimentos, uma churrascaria e uma padaria, localizados perto da esquina da Rua Visconde de Niterói.

O meta-acontecimento: A noticia de que “Caveirão Desebestado Faz Boliche Humano na Mangueira”, pode ser considerada um meta-acontecimento, porque o fato em si de o carro a Polícia Civil perder o controle dos freios enquanto descia o morro da Mangueira, fica em segundo plano enquanto a maneira como foi contada a notícia fica em primeiro plano. A narrativa se sobressai ao acontecimento, pela maneira como o atropelamento foi noticiado. As palavras “atropela cinco pessoas” foram trocadas por “faz boliche humano”, o que soa no primeiro momento como algo chocante e absurdo (como se os policias estivessem brincando de jogar boliche, com uma viatura do lugar da bola e moradores da Mangueira no lugar dos pinos), não condiz com a realidade e nem com o texto apresentado no interior no jornal, mas posteriormente, ao ler a notícia, a manchete pode ser vista como uma piada. Portanto o discurso para contar o acontecimento o transforma em um meta-acontecimento, e nesse caso também pode ser considerada uma narrativa sensacionalista.