MESTRADO

1548 palavras 7 páginas
Nas leituras ficcionais, somos convidados a “mergulhar”, com pensamentos e sentimentos, em um mundo que não é nosso, mas que começa a fazer parte do nosso viver, seja o gênero que for. Vamos, por isso, voltar no tempo, ao século XIX e visitar a família Maia para entendermos as raízes de sua história, narrada por Eça de Queirós. Interessa-nos entender não só a ficção, mas o contexto histórico no qual está inserida e, para isso, queremos ir ao encontro de um fator determinante para o surgimento desta obra e de tantas outras que se tornaram ponto de encontro com o Realismo: a Questão Coimbrã. Ela tornou-se uma das mais importantes crises na literatura portuguesa. Massaud Moisés (1981), ao referir-se a ela, afirma que, “em 1861, Antero de Quental funda a Sociedade do Raio, uma associação secreta que congrega cerca de duzentos estudantes das várias faculdades de Coimbra, com o objetivo de instaurar a aventura do espírito no seio do convencionalismo acadêmico” (MOISÉS, 1981, p. 193). Esse acontecimento eclodiu por uma reação contrária ao romantismo por parte de jovens intelectuais que reclamavam o atraso cultural do país. O principal mentor dessa revolução era o próprio Antero de Quental, grande líder interessado em instaurar o Realismo como espelho da sociedade. A ele uniram-se muitos outros que, por suas publicações, mostravam a nova face desta escola literária.
Após um tempo de dispersão, os participantes do movimento antirromântico voltam a reunir-se em Lisboa, no ano de 1868, no grupo chamado Cenáculo. A esse grupo pertence Eça de Queirós, importante representante do realismo português. O que os congrega é “uma ‘escandalosa fornalha de Revolução, de Metafísica, de Satanismo, de Anarquia, de Boêmia feroz’, como lembra Eça de Queirós no retrato que pintou de Antero numa página de rara beleza, intitulada Um gênio que era um santo” (MOISÉS, 1981, p. 196). Esses mesmos intelectuais organizam uma série de palestras públicas com o intuito de discutir

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