Merleau-ponty
Aluno: Pedro Henrique Passos Carné Orientador: Oswaldo Chateaubriand Filho
A análise de um problema filosófico pressupõe a existência de um problema filosófico a ser analisado. O que tornaria um problema, porém, filosófico? Seria o método utilizado para efetuar sua análise ou algo intrínseco ao próprio problema, semelhante a uma qualidade, que o dotaria de tal aspecto? Estas questões inauguram uma série de discussões em Filosofia, as quais, devido à sua amplitude, não receberão um tratamento detalhado. Neste artigo, com efeito, está-se pressupondo a existência de problemas filosóficos e, aquilo que será investigado nestes problemas remeterá, em um primeiro momento, à sua contextualização histórica, seja isto o contexto de surgimento de tal problemática, e, em um segundo momento, ao seu estatuto no período contemporâneo, ou seja, por qual razão eles ainda são considerados problemas filosóficos. A questão que permeará as páginas subseqüentes compõe o problema ontológico da Filosofia da Mente, o qual possui uma formulação tradicional definindo-o como o problema mente-corpo, e delimitando como seu escopo a definição satisfatória da relação entre estas duas noções basilares a tal disciplina, sejam elas a mente e o corpo [1]. Após investigar tal problema nos termos supracitados, e constituindo o núcleo da discussão aqui proposta, serão discutidos alguns aspectos da tese dualista em Filosofia Da Mente, a qual almeja responder o supracitado problema, tal como este fora formulado no século XX por filósofos como John Searle, Thomas Nagel e Frank Jackson.
De forma imediata, uma primeira questão aparece no horizonte deste texto, seja tal questão apresentar no que consiste esta disciplina guardiã da problemática ontológica referente ao fenômeno mental. Caracterizar positivamente uma disciplina filosófica, contudo, é uma tarefa de extrema dificuldade para aqueles que se propõem a fazê-lo. O filósofo escocês John Haldane, por exemplo,