Mentes inquietas
2 MULHERES E TDA
“ [...] antes mesmo de chegarem a vida adulta, já sofrem com as constantes reprimendas. Sua letra não é tão benfeita quanto à da colega impecavelmente engomadinha do lado. Seu caderno não é muito organizado. Sua mochila contém um amontoado de papeizinhos amassados, lascas de lápis apontados, canetas sem tampas, tampas sem canetas. Sua dificuldade em se organizar e se concentrar gera intensa ansiedade e depressão, não só pela condenação implícita ou explicita no escrutínio de familiares, professores e colegas, mas também pelo próprio desconforto e prejuízo que estas características em si já carregam.” (p. 45 ; 46)
“A dificuldade em manter-se atenta, concentrada e levar seus afazeres a cabo pode ser agravada pelo grau de complexidade crescente, inerente às ocupações de um ser humano adulto.” (p. 46)
“Sofrem com suas constantes distrações e desorganização e tendem a apresentar depressão e ansiedade em nível muito maior e recorrente que em meninas da mesma idade sem TDA. [...] Quase sempre se sentem atoladas e ansiosas com as demandas da vida escolar. [...] sua mente flutuante é com freqüência muito criativa, já que produz imagens, sons e diálogos quase sem parar.” (p. 46 ; 47)
“Agora, imagine essa mesma mente veloz e irrequieta acompanha de uma boquinha nervosa ou então de todo um corpinho serelepe. Embora não tão numerosas quanto as sonhadoras, também se encontram as meninas com TDA tagarelas e as hiperativas.” (p. 48)
“[...] sofrem também com a dificuldade de concentração, de recomeçar e levar até o final seus afazeres, e terminam por se sentirem permanentemente sobrecarregadas por tarefas inacabadas, prazos que se aproximam, além de exigências escolares e de comportamento que se fundem [...] O resultado é quase sempre uma contínua sensação de