meningite

História Natural das doenças – Meningite Meningocócica

A meningite meningocócica é uma infecção que causa inchaço e irritação (inflamação) das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Esta doença, hoje tão temida, existe desde o começo da medicina ocidental, apesar de ficar por anos “atrás dos palcos”, pois seus sintomas até então não eram conhecidos. Familiar no velho continente europeu como “spot-fever”, só no ano de 1805, em Genebra na Suíça, o médico M. Vieusseux descreveu pela primeira vez os sintomas de uma meningite cérebro-espinhal, passou a ser nomeada “Meningite Cérebro-espinhal epidêmica”. Neste mesmo ano, uma epidemia avassaladora tomou conta do continente, se alastrava rapidamente, França, Alemanha, Grã-Bretaha e etc. Somente em 1887, o médico alemão Anton Wichselbaum descobriu a bactéria que causava aquela temida enfermidade, e a chamou de Diplococcus Intracellularis, a qual ficou conhecida como Meningococo de Wichselbaum.
Em 1906, chega no Brasil o navio Provence trazendo imigrantes portugueses e espanhóis, dentre eles enfermos da terrível doença. Dr. Victor Godinho, diretor da Santa Casa de Santos mandou amostras de líquido cefalorraquidiano das pessoas adoecidas no navio, e então Dr. Afonso Lutz registrou pela primeira vez exames bacterioscópicos nos quais foram identificados Meningococos de Wichselbaum.
Na Europa, desde o século XX, já havia tratamento para a meningite cérebro-espinhal, com anti-soros meningocócicos produzidos em cavalos. O método era muito rude, consistia na inoculação dos enfermos por via intra-raquidiana, podendo muitas vezes provocar choque-anafilático e infecções por outras bactérias.
Só no ano de 1902 foi introduzida a produção deste soro no Brasil, pelo Dr. Miguel Couto no Hospital S. Sebastião no RJ.
Em 1930 a soroterapia foi substituída por sulfonamidas (as sulfonamidas são um grupo de antibióticos sintéticos usados no tratamento de doenças infecciosas causadas por microorganismos). Esses