Memorias p stumas de Dom Casmurro

Memórias póstumas de Dom Casmurro
Dom Casmurro é uma das melhores obras do nosso maior nome das letras: Machado de Assis. Isso ninguém nega. Ninguém nega também que a força do livro está na sua narrativa, onde o narrador vai contando a história da sua vida. Sendo o personagem principal levanta a questão se a sua mulher, Capitu, deu ou não para o seu melhor amigo, Escobar. No qual descreve sendo “rapaz esbelto, olhos claros, um pouco fugitivos, como as mãos, como os pés, como a fala, como tudo”.
Se todo o mérito literário do livro se basear nesse conflito, que já foi tese acadêmica e vem sendo discutido desde 1900, não haverá mérito literário nenhum.
Por mais que os defensores da inocência de Capitu postulem que o narrador distorce os fatos e exagera na sua “ponta de Iago” acendida por seu amigo e agregado José Dias os fatos são deixados no livro. Pistas como num romance policial ou apenas um mero descuido do nosso gênio negro? Vejamos então passagens do próprio livro – aqui usado o da Abril cultural de 1971:
Pág 298 No capítulo XCIX intitulado: O filho é a cara do pai, Machado afirma (seguindo o movimento naturalista) que a genética não falha ao dizer que Bentinho, ao retornar para casa já bacharelado, é a cara de seu pai, já falecido.
Pág 304 Bentinho era infértil, há muito tentava um filho e “não vinha. Capitu pedia-o em suas orações, eu mais de uma vez dava por mim a rezar e a pedi-lo.” Ainda no mesmo capítulo, CIV, Bentinho comenta sobre uma suposta aventura extraconjugal de Escobar.
Pág 306 Escobar frequentava a casa de Bentinho quando ele não estava, ajudando Capitu. Como visto nesse diálogo onde Betinho descobre que seu amigo fez-se o papel de corretor:
-Quem foi o corretor?
-O seu amigo Escobar.
-Ele esteve cá?
-Pouco antes de você chegar; eu não disse nada para que você não desconfiasse.
Pág 307 Bentinho afirma que tem consciência de seu ciúme: “Venho explicar-te que tive tais ciúmes pelo que podia estar na cabeça de minha mulher, não fora ou acima