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Esqueça os países. O poder está com as cidades | 29.11.2007
Uma nova geografia impera no planeta. Agora são as principais metrópoles que se firmam como os grandes centros de decisão e articulação do sistema capitalista
Por Angela Pimenta
EXAME Ao contrário do que diz o jornalista americano Thomas Friedman, autor do best-seller O Mundo É Plano, para quem vive em Londres, Nova York ou São Paulo, a globalização está tornando o mundo cada vez mais vertical. A inspirada metáfora de Friedman ilustra bem o processo de globalização do ponto de vista dos países e serve para mostrar que, graças ao avanço tecnológico, ao histórico declínio do protecionismo e à queda dos custos de transporte e comunicação, a competição entre nações ricas e emergentes nunca foi tão nivelada. Mas a imagem do mundo plano não capta um fenômeno que está criando uma nova geografia neste início de século. Em meio à vasta planície, despontam cerca de 40 picos -- as cidades globais. Quem já viu a paisagem do alto de um arranha-céu de Manhattan, da City londrina ou mesmo da marginal Pinheiros sentiu na pele a vertigem de estar no topo de uma das metrópoles mais prósperas, inovadoras e influentes.
Longe de operar isoladamente, essas metrópoles formam uma rede altamente hierarquizada, governada pelos princípios opostos de competição e cooperação. "As cidades globais são os centros de comando do sistema capitalista", diz o geógrafo Peter Taylor, diretor do grupo de estudos Globalização e Cidades Mundiais (GaWC, na sigla em inglês). "Cabe a elas controlar e articular a produção mundial." Sediado na Universidade de Loughborough, em Liverpool, na Inglaterra, o GaWC é responsável pelo ranking de cidades globais utilizado por EXAME para ilustrar esta e as próximas páginas. Nesse pelotão de elite, Londres e Nova York surgem praticamente empatadas como as "capitais do mundo", seguidas por Hong Kong, Paris, Tóquio e Cingapura. Na América Latina, São Paulo emerge como o principal centro financeiro,

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