medo à liberdade / cap 3
A sociedade na Idade Média caracteriza-se pela ausência de liberdade individual. Um homem dificilmente poderia mudar-se para outra cidade ou vestir-se do jeito que quisesse. O artesão podia vender sua mercadoria, mas já tinha um preço estabelecido, e o camponês um lugar demarcado. Tanto a economia, quanto a vida particular, era controlada! Com isso, também já era definido o que a pessoa seria quando nascesse sendo esse o seu papel natural, e isso trazia uma sensação de segurança ao homem, como se o objetivo fosse esse, e só isso bastava. E por mais que houvesse essa segurança, a sociedade mantinha-o escravizado.
A Igreja tinha o papel de tornar suportável o sofrimento e a dor da sociedade, assegurando o amor de Deus a todos os seus filhos, e o seu perdão. E não havia a consciência do ser individual, a sociedade dizia que o indivíduo ainda não existia. Que o sentido da existência do homem estava nos vínculos primários.
Foi na Itália, com o novo desenvolvimento cultural e econômico que nasceu o primeiro indivíduo, quebrando os vínculos que davam a sua segurança, tendo o rompimento da estrutura social medieval. Houve também o surgimento de uma classe endinheirada, onde se tinha espirito de iniciativa, ambição e poder. E tornou-se irrelevante as classes sociais, tendo nobres e burgueses morando dentro do mesmo muro.
O Renascimento foi uma cultura de nobres e burgueses ricos, onde suas riquezas traziam a sensação de liberdade e o individualismo. Porém, perderam aquilo que a sociedade medieval proporcionava, que era a segurança e o senso de relacionamento, tornando-se seres isolados. Eles usufruíam de seu poder e riquezas para obter tudo o que queriam, independente de como fosse, de manipulação psicológica ou agressão física. E já que o significado da vida tornou-se duvidoso, se não havia mais segurança, então existia a fama como meio esclarecedor. Ela tinha como função elevar a vida individual, assim como a fé. Sendo